XXVI – VANTAGENS NAS CIRURGIAS OTORRINOLARINGOLÓGICAS SOB ANESTESIA LOCAL E SEM TAMPÃO

As sensações corporais, táteis, térmicas e dolorosas são identificadas por receptores sensitivos na superfície estimulada, transformando este estímulo em corrente elétrica, que é transportada pelos nervos periféricos até o cérebro, onde são interpretados tornando possível a consciência da sensação do estímulo. A anestesia local consiste no bloqueio da transmissão da corrente gerada pelo estímulo doloroso antes da chegada ao cérebro.
A tendência futurista das cirurgias, numa maneira geral, é no sentido de preservar a saúde humana e tratar as doenças de uma forma cada vez mais prática, segura, e com maior eficiência. O uso de aparelhos que magnificam imagens, como os microscópios e endoscópios e também, os que cortam e coagulam sem sangramentos, os exames de imagens como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética conseguem mostrar os defeitos com maior precisão, auxiliando de sobre maneira a eficiência destes procedimentos.
A evolução na busca de procedimentos minimamente invasivos e altamente eficazes possibilitando uma atuação certeira na patologia, diminuindo manipulações e lesões em áreas sadias, proporcionando cirurgias com mínimo trauma. Tal evolução associada a um maior conhecimento anatômico, proporciona o estímulo de menos receptores para a dor durante um ato cirúrgico facilitando o bloqueio seletivo da inervação na área que será manipulada, tornando possível a realização das cirurgias sob anestesia local.
Os analgésicos são substâncias que quando administradas sistemicamente diminuem o limiar da dor e intensificam o efeito dos anestésicos locais no bloqueio dos nervos periféricos proporcionando uma menor quantidade de solução anestésica infilrada.
O controle da dor pela anestesia local associado a uma analgesia e sedação leves, proporcionam ao paciente um procedimento cirúrgico agradável e sem os riscos de uma anestesia geral.
A cirurgia da otospongiose ou otosclerose, uma comum causa de surdez com tendência hereditária, sob anestesia local nos permite perguntar ao paciente, logo após a estapedotomia (nome da cirurgia), se ele está ouvindo bem e sem zumbidos, antes do curativo oclusivo. Caso haja algum problema, o médico otorrino poderá solucioná-lo de imediato, ao passo que sob anestesia geral, este problema somente seria descoberto dias após aquele ato.
As cirurgias para correção de desvios septais são realizadas rotineiramente com anestesia local e o paciente relata melhora importante da respiração nasal ainda na sala operatória. O uso de vasoconstrictores associados a anestésicos tópicos aplicados diretamente no local a ser operado com algodão emebebido na solução, gera uma diminuição do sangramento trans operatório e possibilitou um grande salto no desenvolvimento de técnicas para realização das sinusectomias (cirurgia para correção de sinusites crônicas) sob anestesia local.
A infiltração de anestésico local na emergência dos nervos que inervam a estrutura nasal proporciona o trabalho em toda base do nariz tornando possível a realização de cirurgias estéticas nasais também sob anestesia local.
Os grandes beneficiados são as pessoas idosas que necessitam de muito mais oxigênio e que também por isso, entre outros problemas, geralmente têm limitações para se submeterem à anestesia geral.
Como o uso de medicação de efeito sistêmico é muito reduzido com relação a anestesia geral, o paciente tem uma recuperação pós-anestésica e retorno da consciência muito mais rápidos, proporcionando a alta hospitalar precoce e maior conforto para o paciente.
A presença do anestesista na sala é imprescindível para um bom andamento do ato cirúrgico. A monitorização cardio-respiratória deve ser acompanhada de perto e a sedação deve ser feita de maneira a deixar o paciente cooperativo e em bem estar.

Dr. GIOVANNI PAOLO SERONNI – crmgo: 11568

 

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