Dr. Cesar Augusto Seronni e Dr. Giovanni Paolo Seronni
O MAU HÁLITO TEM CURA
Pessoas com halitose não costumam sentir o próprio cheiro
A halitose se manifesta, muitas vezes, em conseqüência de bactérias anaeróbicas, presentes na boca, garganta e nariz que produzem gases de enxofre. Segundo pesquisas, 25% da população norte americana tem mau hálito, na brasileira chega a 40%.
Qualquer infecção aguda ou crônica, localizada, principalmente, na boca, garganta, narinas, seios da face e pulmões, poderá ocasionar este sintoma. Ele será passageiro ou permanente, conforme a sua causa.
Nas doenças metabólicas, como no diabete mellitus, o paciente descompensado costuma ter mau cheiro cetônico. O portador de insuficiência renal tem odor urêmico. Portanto, é também mandatório o exame laboratorial.
Pessoas costumam ter halitose pela manhã, ao acordar, por que houve proliferação bacteriana durante o sono, quando a produção de saliva diminui muito.
Halitose que aparece em períodos menstruais, durante exercícios físicos, ou até mesmo na fome, pode ser de causa orgânica, sem maiores problemas. Entretanto, é preciso ser melhor investigada. Certos alimentos ricos em enxofre, como o alho e a cebola, provocam o mau cheiro característico.
O indivíduo que tem halitose não costuma sentir o próprio hálito, provavelmente, por um fenômeno de adaptação do organismo. O que é pior, é que poucos se encorajam a lhe falar sobre o seu problema e ele acaba passando um longo tempo da sua vida, de uma maneira anti social, nem mesmo se preocupando em tratar-se. É preciso que alguém lhe confidencie e se disponha a ajudá-lo, mesmo durante e após o tratamento, para se ter a certeza do seu êxito.
Existe o aparelho Halímetro que mede o teor dos gases sulfídricos e vários testes para o auto-exame, porém a melhor forma para saber se é portador deste sintoma é, sem dúvida, através do confidente.
Soluções e pastilhas anti-sépticas, álcool e água oxigenada, de uso contínuo e sistemático, podem agravar o problema, pois desequilibram o ecossistema microbiano local, destruindo também a flora bacteriana comum das cavidades orofaringeanas, favorecendo ainda o crescimento de fungos e outros microrganismos mais resistentes.
Boca e garganta ressecadas exalam mau cheiro. A respiração natural é através das narinas mas, pessoas que têm problemas nasais costumam respirar pela boca, desidratando-a. O ser humano respira em torno de nove mil vezes ao dia. O nariz, além de aquecer, humidifica em 90% o ar inspirado. Água boa em excesso só faz bem. O ronco é causador da halitose.
Uma alimentação saudável, rica em fibras, higiene dentária com fio dental e abstenção do fumo e do álcool, são fatores que contribuem para o hálito puro.
Mau hálito tem tratamento e cura, basta descobrir a sua causa e eliminá-la. Recorrer a paliativos, mascara e piora a doença.
Causas mais comuns e tratamentos:
BOCA: Infecções dentárias, e periodônticas, gengivites, aftas e doenças das glândulas salivares, costumam ter as suas próprias causas e os tratamentos são específicos.
GARGANTA: As amígdalas palatinas são as maiores vilãs, por terem a propriedade de acumular internamente, dentro das suas críptas (crateras), substâncias esbranquiçadas e de consistência pastosa, denominadas de cáseo, de intenso odor fétido, ou mesmo, secreção purulenta. O diagnóstico dever ser realizado sob visão microscópica, pós massagem das mesmas, com instrumentos apropriados.
O tratamento conservador e medicamentoso visa tratar e eliminar o conteúdo das críptas por meio de incisão nos micro abcessos e toalete das amígdalas sob microscopia e anestesia local – criptólise.
Caso não se obtenha êxito com estes procedimentos e em certas amígdalas, o médico, após evidenciar, através do microscópio, a estrutura deteriorada deste órgão, indicará a sua extirpação cirúrgica como única solução.
As inflamações na faringe, denominadas de faringites, granulosas ou não, aparecem, principalmente, quando há um ressecamento das mesmas por disfunção nasal como alterações do septo ou cornetos que bloqueiam ou modificam a coluna aérea na respiração. Por isso, as faringites crônicas costumam estar associadas às sinusites. Quando existe uma resistência maior à inspiração nasal, ocorre uma pressão negativa na garganta, principalmente durante o sono, ocasionando o ronco e a apnéia, e também, o refluxo gastroesofágico. O tratamento visa eliminar as causas nasais e vaporizar sob anestesia local e visão microscópica os granulomas faringeanos – nas faringites granulosas. Por isso, os que respiram pela boca, mesmo durante o sono, e os roncadores, são candidatos potenciais a ter mau hálito.
As amígdalas linguais situam-se na base da língua, na sua porção mais posterior. Elas raramente doem e costumam passar desapercebidas quando estão infeccionadas. É necessário o uso de vídeo endoscópico para o seu diagnóstico mais preciso. Quando o tratamento clínico for ineficaz, opera-se sob anestesia local e visão microscópica, destruindo o tecido doente sob vaporização.
A amígdala faringeana ou adenóide hipertrofiada é comumente encontrada em crianças até os 14 anos de idade, sendo, pois, causadora comum de halitose nesta faixa etária e também, de obstrução respiratória, ronco e alterações osteofaciais. Também, não costuma doer. O tratamento medicamentoso poderá ser tentado. Em certos casos, a remoção cirúrgica deverá ser efetuada, também para evitar deformidades e outras doenças.
NARIZ: Os desvios do septo, sinusites, rinites, corpos extranhos e tumores também causam o mau cheiro. A respiração nasal é necessária mesmo durante a conversação.
O interior das narinas dos pacientes deverá ser examinado sob visão vídeomicroscópica para não deixar passar desapercebido certos defeitos, doenças e secreção purulenta que possa vir das sinusites. O médico também colherá material da mucosa endonasal. Existe o tratamento clínico específico e o cirúrgico. As cirurgias das sinusites, dos cornetos inferiores e médios, associadas ou não às septorrinoplastias, quando indicadas, são comumente factíveis sob anestesia local no mesmo ato cirúrgico e o paciente já vai para casa, horas após, já respirando pelas narinas e sem o desagradável tamponamento nasal. O mesmo se aplica à cirurgia do ronco – microuvulopalatoplastia (MUPP).
Saiba mais: O mau hálito e A sinusite tem cura
Dr. César Augusto Seronni é médico otorrinolaringologista (www.seronni.med.br) CRM GO 2287.
Dr. Giovanni Paolo Seronni é médico otorrinolaringologista especializado em cirurgias videoendoscópicas e estética nasal (www.seronni.med.br) CRM GO 11568. Dr. Giovanni é filho do dr. Cesar.
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